domingo, novembro 2
E vida podia ser bem melhor, e será... mas isso não impede que eu repita é bonita e é bonita... Já dizia Gonzaguinha, enquanto eu discordava, enquanto eu sentia que tudo ia de mal a pior... Não seria bonita e eu não cantaria "viver e não ter a vergonha de ser feliz". Pois, eu me sentia envergonhado de ter aquela vida e de ter qualquer tipo de felicidade. Era de segunda a segunda a mesma rotina, o mesmo sufoco. Por inúmeras vezes eu tentei desistir. Eu tropecei em palavras e atitudes e por fim, quis parar ali. Mas algo me dizia sempre em frente. E eu segui, sem saber o que me aguardava, eu ia sem medo para um futuro desconhecido até que então eu me cansara da certeza e da incerteza. E tudo o que eu precisava dizer é FODA-SE.
Me esqueçam, me deixem viver em paz,  me deixem no fundo do poço, não mecham comigo se vocês não são capazes de conviver com a fera. Me deixem, por favor. Era tudo o que eu pedia, era tudo o que eu desejava. Viver e não ter a vergonha de ser feliz: sozinho, somente só.
            Eu já aceitara tudo o que poderia ocorrer, mas não, havia sempre algo que revivesse toda a dor, todo o impulso causador dessa aflição. Os pulsos já estavam ali, a navalha estava sobre a mesa e todo o resto sucumbia para o fim inevitável. Mas eramos hipócritas e aclamávamos pela vida, enquanto já estávamos cansados de vive-la. Sentíamos saudade, mas na verdade não saiamos do nosso casulo para enfrentar as aventuras da vida. Eramos podres, pior que vermes, pior que sanguessugas. 
                Eu vivi antes do meu tempo e desisti cedo demais. Escolhi sabiamente o inicio de um enredo com final,  era a morte e outrora a dúvida. Era o que não podia ser mais, como uma melodia que se esgota, cheguei ao fim e por ternura oprimi as palavras e o foda-se que tanto guardei se calou, era o fim e você não sabia, e eu não me importava.

                Enfim, guardei pra mim o sentimento que não mostrei ao mundo. Enfim, morreu comigo o ultimo verso. Por mim, adeus. Até nunca mais. Não me importei, porque morri muito antes de rimar o fim da prosa, simplesmente abandonei a vida, como um dia fui abandonada por mim mesma. 

Sophia A.

0 comentários:

Postar um comentário

Letícia Iandeyara. Tecnologia do Blogger.
Cada dia eu me reinvento, na dor, na alegria, no amor, na ausência. Não sei me definir. Só sentir.

Arquivo do blog