terça-feira, setembro 30
Chorei baixinho porque queria guardar pra mim aquele momento de doçura e solidão. Aquela saudade do que todos nós eramos e como nos perdemos no meio do caminho. Cada um pra um lado. E a vida continuava. Mesmo com o coração pesado de saudade, do que eu era e de como nós eramos juntos. Com saudade do tempo que não volta mais. E hoje, mesmo com mil motivos pra ser feliz, ainda sinto que falta em mim aquele pedaço que deixei pra traz quando tudo mudou. Minha poesia já não é a mesma. A prosa deixou de dizer o que eu quero e passou a ser só mais um conjunto de palavras realinhadas não dizendo nada. Ninguém poderia entender a falta que eu mesma fazia a mim. A falta das risadas soltas, do tempo descorrido, das noites perdidas por pura diversão. Enquanto hoje, minha compania eram pensamentos soltos desconexos que jamais iam embora. É hora do café, é a hora do ônibus, é a hora de trabalhar, é a hora de tirar a roupa do varal, é a hora disso ou daquilo. Como batidas de um relogio, meus pensamentos faziam tic tac, entre um intervalo vinha a saudade do não pensar. De repente, eu conheci outras pessoas e as desconheci. Como um ciclo em que de repente vem a companhia e de repente se esvai. Como a água da poça que evapora em um dia quente. Como tudo na vida. Sempre acaba. Nada fica, além da saudade.
E da minha enorme melancolia.
Mas como tudo sempre acaba.
Acabou.

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Letícia Iandeyara. Tecnologia do Blogger.
Cada dia eu me reinvento, na dor, na alegria, no amor, na ausência. Não sei me definir. Só sentir.

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